Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Aerofagia Patológica na Infância: Relato de Caso

Jesus, L.E.; Fernandes, M.A.; Firme, L.H.C.; Silva Filho, O.C.; Fernandes, R.B.A.; Santos, L.P.B.; Luz, C.A.; Navi, N.P.; Oliveira, V.F.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p11, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: Há muitos diagnósticos diferenciais nas distensões abdominais persistentes, inclusive aerofagia patológica (AP), uma doença incomum cujo diagnóstico depende de alto nível de suspeição.
OBJETIVO: Apresentar um caso de AP, bem como testes diagnósticos e terapêuticos utilizados na conduta.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente feminina, 11 anos, portadora de retardo mental e distúrbio de comportamento, amaurose bilateral e hipocondroplasia. Atendida por constipação crônica, dor e distensão abdominais, piores nos últimos 8 meses. História pregressa de fundoplicatura. Apresentava desnutrição e distensão abdominal graves, abdome indolor e sem massas, exame anorretal com fezes no reto e esfíncter anal hipotônico. Exames de imagem mostravam distensão gasosa em toda a extensão dos intestinos delgado e grosso. Biópsia retal excluiu megacólon agangliônico. O uso de clister evacuativo diário por 15 dias resolveu a constipação, com persistência da distensão abdominal, mínima ao acordar e máxima no fim da tarde. Criança exibia movimentos estereotipados repetitivos, inclusive deglutição a seco, audível. Com diagnóstico presumido de AP e distúrbio obsessivo compulsivo, um teste diagnóstico e terapêutico de descompressão gástrica foi realizado, com resolução da distensão após 24 horas com cateter nasogástrico aberto. A distensão recorreu poucas horas após a retirada do cateter. O tratamento neuropsiquiátrico farmacológico não obteve sucesso, e optamos por uma gastrostomia endoscópica descompressiva continuamente aberta 40 cm acima do nível do estômago da paciente, com melhora significativa da distensão sem prejuízo da nutrição oral.
RESULTADOS: A AP é causada pela deglutição de ar por movimentos estereotipados de deglutição, induzidos por distúrbio neuropsiquiátrico, causando distensão abdominal, o que pode se complicar com volvo ou ruptura de vísceras ocas. O diagnóstico diferencial envolve, principalmente, megacólon agangliônico, constipação funcional grave e distúrbios digestivos funcionais, inclusive doença celíaca.
CONCLUSÃO AP é uma causa de distensão abdominal crônica a ser considerada em pacientes portadores de distúrbios neuropsiquiátricos. A impossibilidade de eructação possivelmente agrava o quadro naqueles com fundoplicatura prévia.

 

Responsável
ANA BEATRIZ CAMINADA SABRA STRAUB CESTARI


Palavras-chave:

Contribuição da broncoscopia para o diagnóstico da tuberculose na criança

Sias, S.M.A.; Franco, C.L.; Firme, L.H.C.; Lombardi, P.I.M.L.; Luz, C.A.; Oliveira, V.F.; Lucas, M.G.O.; Pinto, A.L.B.L.F.; Vasconcellos, C.C.A.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p67, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A Tuberculose é uma doença endêmica de países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que 15% dos casos ocorram em menores de 15 anos. Aproximadamente 80% das formas pulmonares não tem confirmação bacteriológica. A dificuldade em coletar escarro na criança e a escassez de bacilos dificultam o diagnóstico. Atualmente, utiliza-se uma tabela de pontuação que avalia dados clínicos, epidemiológicos, (história de contato com adulto bacilífero), teste tuberculínico, estado nutricional e radiografia alterada apesar da antibioticoterapia, indicando ou não o tratamento específico.
OBJETIVO: Relatar a importância da broncoscopia em detectar alterações específicas na árvore traqueobrônquica e/ou isolar o microorganismo na secreção ou no lavado broncoalveolar, contribuindo para o diagnóstico.
MATERIAL E MÉTODO: D.O.S., 5 meses, sexo masculino, branco, apresentando febre, dispneia e tosse produtiva. Foi diagnosticado pneumonia na emergência e indicado internação. Após 8 dias de Cefepima sem melhora (uso prévio de Ampicilina e Amoxicilina + Clavulanato), foi transferido ao Hospital Universitário com relato de três amostras de escarro BAAR negativo e PPD não reator. Pai em tratamento ambulatorial para tuberculose. Na admissão, apresentou-se bom estado geral, taquipneia, sibilos difusos e estertoração subcrepitante em hemitórax direito. À radiografia, manteve hipotransparência em 1/3 superior do hemitórax direito. TCAR de tórax com redução volumétrica do pulmão e consolidação em lobo superior direito, com desvio ipsilateral do mediastino. Exames laboratoriais sem alterações significativas. A broncoscopia mostrou protrusão granulomatosa em parede medial do brônquio lobar superior direito e identificado bacilo de Koch ao exame direto e cultura. Iniciado esquema RIP com melhora evolutiva e acompanhamento ambulatorial.
RESULTADOS: Diante do diagnóstico, ressalta-se a broncoscopia como ferramenta auxiliar no diagnóstico pulmonar na criança pela possibilidade de identificação do microorganismo e pela visualização direta das lesões brônquicas.
CONCLUSÃO A Tuberculose deve sempre ser lembrada nos casos de pneumonia e atelectasia refratária à antimicrobianos usuais e que apresentem discrepância entre os dados clínicos e radiológicos

 

Responsável
LAURA CRISTINA MACHADO RIBEIRO DE SOUZA


Palavras-chave:

Diagnóstico tardio de doença de Hirschprung: relato de caso

Guerra, I.P.; Firme, L.H.C.; Souza, L.C.M.R.; Arbex, M.B.B.; Simoes, P.F.; Fernandes, R.B.A.; Soares, V.K.; Oliveira, V.F.; Navi, N.P.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p71, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A Doença de Hirschprung (DH) caracteriza-se pela ausência de células ganglionares no plexo submucoso e mioentérico, em variadas porções do intestino, sendo causa relativamente comum de obstrução intestinal em neonatos e megacólon em crianças e adultos. Sua incidência é de cerca de 1/5000 nascidos vivos e acomete predominantemente o sexo masculino na razão de 4/1.
OBJETIVO: Alertar o pediatra quanto ao diagnóstico tardio desta doença e suas possíveis consequências.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente do sexo feminino, 11 anos, branca, emagrecida (IMC = 14,5 kg/ m2), com queixa de constipação crônica, palidez e distensão abdominal. História de internação prévia com quadro clínico semelhante e duas hemotransfusões. Ao exame físico, apresentava-se em anasarca, hipocorada, com distensão abdominal e massa móvel palpável em FID. Exames laboratoriais evidenciaram anemia microcítica e hipocrômica (HB:5,7 g/dl; HT: 24,1 %; VCM: 59,2 mm3; HCM:14,0 pg) e hipoalbuminemia (1,95 g/dl). Realizou-se enema opaco sem preparo observando-se segmento proximal distendido (megacólon) e estreitamento da área de transição. A Biópsia de mucosa retal confirmou ausência de células ganglionares. A laparotomia foi realizada para ressecção do segmento agangliônico e colostomia. Durante acompanhamento ambulatorial, em dois meses evoluiu bem, com ganho ponderal (IMC = 17,1 kg/ m2) e sem complicações pós-operatórias.
RESULTADOS: A DH também é conhecida como Megacólon Aganglionar Congênito, embora se saiba que o megacólon é uma manifestação secundária, que ocorre quando o diagnóstico é tardio, como foi no caso desta paciente.
CONCLUSÃO Cabe ao pediatra estar alerta às manifestações da doença, com a finalidade de diagnóstico e tratamento precoces, diminuindo as complicações de uma intervenção tardia, o que é fundamental para bom prognóstico do paciente.

 

Responsável
LIVIA HONORATO COSTA FIRME


Palavras-chave:

Esporotricose: importância clínica-epidemiológica

Firme, L.H.C.; Navi, N.P.; Oliveira, V.F.; Guerra, I.P.; Simoes, P.F.; Lombardi, P.I.M.L.; Fernandes, R.B.A.; Soares, M.V.; Soares, V.K.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p72, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix Schenckii, e tem como principais fontes de infecção: felinos domésticos, vegetais e solo. Detectam-se, vez por outra, surtos epidêmicos, tal como evidenciado no sudeste brasileiro, entre 1997 e 2007, em felinos, caninos e humanos. É uma doença confundida com outras lesões de pele e isto retarda o início do tratamento.
OBJETIVO: Alertar quanto aos aspectos epidemiológicos, clínicos e preventivos desta doença.
MATERIAL E MÉTODO: J.D.C., dez anos, sexo masculino, reside em São Gonçalo - RJ. Há dois meses, iniciou lacrimejamento à esquerda e hiperemia ocular. Evolui com edema, hiperemia infraorbitária ipsilaterais e nódulos faciais, cervicais, membros superiores e inferiores. Nega febre e picadas de insetos. Foi tratado com diferentes esquemas de antibiótico, sem melhora. Internado no HUAP. Ao exame: abscesso flutuante infraorbitário à esquerda, drenagem espontânea e dor à palpação. Nódulos fibroelásticos, indolores, contorno regular, localizados em região maxilar, ângulo mandibular, antebraço esquerdo e membros inferiores. Mora em casa com quintal arborizado e convive com gatos de estimação. Hemograma completo normal, anti-HIV negativo. Biópsia de perna direita: eritema nodoso. Biópsia de lesão infraocular: Esporotricose. Paciente iniciou tratamento com Itraconazol. Mãe e irmão sob investigação.
RESULTADOS: A lesão primária da esporotricose pode ulcerar, tornando-se verrucosa, enquanto as secundárias ascendem ao longo dos linfáticos que drenam a área, ocasionando nódulos indolores que liberam secreção e ulceram. No relato, a lesão primária manifestou-se em região ocular e as secundárias apresentaram-se como nódulos subcutâneos em diferentes locais. A doença já se tornou um sério problema de saúde pública em algumas regiões do estado do Rio de Janeiro, onde mora o paciente.
CONCLUSÃO A população deve ser educada quanto aos riscos do contato íntimo com animais de estimação. A doença cutânea precisa ser investigada afim de não retardar o tratamento e é importante atentar aos surtos epidêmicos.

 

Responsável
LIVIA HONORATO COSTA FIRME


Palavras-chave:

Evolução de neonatos com diagnóstico pré-natal de cardiopatia congênita ao ecocardiograma fetal

Torbey, A.F.M.; Souza, A.L.A.A.G.; Souza, L.C.M.R.; Santos, L.P.B.; Firme, L.H.C.; Luz, C.A.; Navi, N.P.; Oliveira, V.F.; Cestari, A.B.C.S.S.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p108, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas apresentam incidência de 5 -8% na população geral e em gestantes com fator de risco podem chegar a 25%. O diagnóstico pré-natal é fundamental para o melhor planejamento ao nascimento dos portadores de cardiopatias congênitas.
OBJETIVO: Determinar a evolução dos recém-nascidos cardiopatas diagnosticados através do ecocardiograma (ECO) fetal, quanto à necessidade de internação em uti neonatal, tratamento cirúrgico e sua mortalidade.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo retrospectivo dos portadores de cardiopatia congênita diagnosticados ao ecocardiograma fetal entre 2010 e 2014 no ambulatório de cardiologia fetal do Hospital Universitário Antônio Pedro. Foram estudadas as seguintes variáveis: cardiopatia congênita, necessidade de internação em UTI neonatal, cirurgia cardíaca no período neonatal e mortalidade.
RESULTADOS: Foram realizados 224 exames, em que 53 (23,6%) apresentaram alteração ao ECO fetal, sendo as mais frequentes: arritmias cardíacas (8 casos), hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (7 casos), comunicação interventricular (5 casos), anomalia de Ebstein (4 casos), transposição dos grandes vasos da base (4 casos), coarctação da aorta (4 casos) e cardiopatia complexa (4 casos). A internação em unidade de terapia intensiva neonatal foi recomendada em 23 casos. Foram submetidos à cirurgia cardíaca no período neonatal 15 pacientes, 13 já se encontram em acompanhamento ambulatorial, e 2 permanecem internados. A mortalidade fetal foi de 5,6 % (n=3) e o óbito no período neonatal foi de 4 casos (7,5 %). Dos pacientes que evoluíram para o óbito, 3 foram encaminhados para estudo anatomopatológico, o qual mostrou concordância diagnóstica.
CONCLUSÃO O diagnóstico intra-útero e precoce das cardiopatias congênitas influencia na morbi-mortalidade dos recém-nascidos, devido ao melhor preparo da equipe para sala de parto, estabilização em unidade de terapia intensiva e programação para a abordagem cirúrgica.

 

Responsável
PEDRO IVO DE MOURA LEITE LOMBARDI


Palavras-chave:

Síndrome de Reiter em Adolescente: Relato de Caso

Fernandes, M.A.; Cardoso, C.A.A.; Fontoura, D.L.; Branco, L.G.; Cerqueira, L.F.; Prieto,V.A.P.; Firme, L.H.C.; Santos, L.P.B.; Luz, C.A.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p12, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: Espondiloartropatias soronegativas incluem a artrite reativa, uma oligoartrite periférica asséptica associada a antecedente infeccioso extra-articular. Síndrome de Reiter consiste em subtipo raro de artrite reativa.
OBJETIVO: Relatar um caso de síndrome de Reiter em adolescente jovem.
MATERIAL E MÉTODO: G.M.S.B, 14 anos, sexo masculino, procurou emergência por dor articular, hiperemia conjuntival e lesões genitais indolores e não pruriginosas. Quadro precedido por disúria, diarreia, vômitos e febre. Atividade sexual recente, sem proteção. Ao exame: dor à mobilização do tornozelo esquerdo, joelho direito e articulação coxo-femural esquerda com sinais flogistícos, hiperemia conjuntival bilateral, lesões hipocrômicas, puntiformes e descamativas em prepúcio e glande peniana. Discreta leucocitose, PCR 9,2 e VHS 39. EAS com piúria e leucocitúria. Culturas (sangue, urina e fezes) negativas. Sorologias virais e TORCH negativas. Evoluiu com uretrite, piora das lesões penianas, das alterações oculares e da artrite. Histopatológico de lesão do prepúcio: balanite circinada. Não foi possível realização do antígeno HLA B27. Iniciado antibiótico para uretrite e AINES (naproxeno) pela persistência dos sintomas articulares. Evoluiu com melhora e alta hospitalar. Controle ambulatorial após 3 meses demonstrou regressão quase completa dos sintomas, apenas discreta dor à compressão das articulações sacroilíacas, sem limitar atividades habituais. Suspenso AINES e mantido acompanhamento ambulatorial.
RESULTADOS: Síndrome de Reiter consiste em oligoartrite periférica associada a acometimento ocular (principalmente conjuntivite) e mucocutâneo (úlceras orais, ceratoderma blenorrágico, balanite circinada e alterações ungueais psoríase-like). Ocorre, principalmente, em adultos jovens, cerca de 1 a 4 semanas após infecções gastrointestinais ou genitourinárias. Não há alterações significativas no hemograma, e leucocitose é variável. PCR e VHS geralmente elevados. Em aproximadamente 2/3 dos pacientes, a remissão espontânea dos sintomas ocorre em 6 meses. Na fase aguda, repouso e prescrição de AINES (primeira linha) podem ser úteis para alívio dos sintomas articulares.
CONCLUSÃO Importante ressaltar que a síndrome de Reiter é um subgrupo das artrites reativas e espondiloartropatias.

 

Responsável
ANA BEATRIZ CAMINADA SABRA STRAUB CESTARI


Palavras-chave: